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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Debaixo de Suas asas


O que te aflige? Se você parar para perceber a maior parte de nossas preocupações não são baseadas em fatos ou acontecimentos, mas sim naquilo que tememos que poderá vir a acontecer. Nos ocupamos daquilo que não aconteceu ainda ou as vezes nem chegar a se tornar real.

Creio que a mente humana é o maior campo de batalha que existe, mesmo quando não há uma guerra, o temor dela nos leva a temer! A tal da pré-ocupação! Ocupamos nossas mentes com coisas banais, coisas que não trarão frutos para o Reino de Deus e que, muitas vezes, ainda nos atrapalham.

A Palavra nos aconselha com muito amor sobre este tipo de situação. O profeta Jeremias foi muito sábio ao dizer: ”Quero trazer a memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21). Claro que a situação em que ele se encontrava era diferente. Ele estava vivenciando um período no qual Jerusalém havia sido tomada pelos babilônicos, o povo estava cativo e o rei Zedequias viu os seus filhos serem mortos e depois foi cegado, permaneceu em cárcere até o dia de sua morte (Jr 52:10-11).

Quando o profeta usou estas palavras ele estava vivendo dias extremamente difíceis. Tanto que ele havia dito ao povo e ao rei para que se arrependessem e voltassem a Deus... Tanto que ele exortou, usando a palavra de Deus, profetizando no meio do povo e até na presença do rei, mas ninguém lhe deu ouvidos. Como Isaías mesmo disse: “Quem creu em nossa pregação?” (Is 53:1a). Ah, se o povo e o rei tivessem ouvido a Palavra de Deus por intermédio de Jeremias! Tanto sofrimento havia sido evitado!

Agora Jeremias via a sua amada cidade, a Sião do Senhor, destruída, desolada. O povo, a nação escolhida do Senhor, sendo escravizada! Ele olhava para este cenário com tamanha tristeza e pesar. Tudo que lhe ocorria creio que era mais ou menos assim: preciso ater minha mente em coisas que me alegrem, que me dêem esperança, pois se eu ficar restrito ao que meus olhos vêem certamente morrerei de tristeza, de desgosto!

Quantas vezes em nossa vida passamos por situações assim, em que tudo parece tão desolado, que achamos que não terá fim aquela situação. Muitas pessoas nesta situação acabam se pondo na condição de vítima e mergulham num poço de auto-piedade que as levam ainda mais para o fundo! Isso acaba se tornando um ciclo vicioso que se auto-propaga: a dificuldade gera a tristeza, que por sua vez gera mais dificuldades, e assim vai. Se o ciclo não for quebrado em algum ponto, esta situação poderá levar uma vida inteira para se resolver, ou até não se resolver. A escolha é de cada um.

Jeremias poderia ficar sentado sob uma pedra, olhando para a cidade destruída e ficar chorando e se lamuriando por muito tempo. Por certo tempo ele até fez isso, mas ele não permitiu que a tristeza tomasse o seu coração por completo. Ele tinha dentro dele algo maior, algo que o impulsionava a querer sair daquele lugar desolado e a buscar a força para lutar contra tudo o que o cercava. Ele buscou a Fonte. Ele olhou para o alto, buscou o socorro do céu, em seu Deus e Senhor. Ele sabia que nEle haveria o conforto, a esperança de que aquele efêmero sofrimento não se perpetuaria. Ele era a voz de Deus ali, ele precisava se fazer ouvir para dar esperança ao povo e a si mesmo. Se ele se enclausurasse em sua amargura não haveria como Deus o usasse para os seus propósitos. Ele precisava se libertar de toda a amargura, de toda a tristeza, sair daquele local de destruição e ir para um lugar mais alto. Um lugar de perdão, de misericórdia, de amor, e este lugar têm apenas um endereço: Deus, o nosso Senhor! nEle encontramos a esperança de dias melhores, encontramos a força para recomeçar, encontramos o perdão e a misericórdia que está em Cristo Jesus, e nada pode e jamais poderá nos separar disso (Rm 8:35-39).

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a Tua fidelidade” (Lm 3:22-23). Mesmo quando erramos, quando pecamos, e a nossa tribulação é conseqüência de nossos próprios atos, mesmo assim no Senhor há perdão, há remissão, há renovação, porque as misericórdias dEle não acabam, pois são constantemente renovadas! Aleluia!

Como é bom sabermos que mesmo quando erramos, Ele é fiel e justo para nos perdoar, e para nos levar para um lugar mais alto, longe de toda tribulação, de toda a tristeza, e nos dar refúgio em baixo de suas asas, como um Pai zeloso, compreensivo e amável (1 João 1:9, 2:1; Salmos 107:41, 91:4).

“Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR” (Lm 3:24-26). Esperar a provisão do Senhor, saber o tempo, conhecer o modo de Deus agir, confiar nEle, este é o real conforto, a verdadeira esperança, pois não está baseado em capacidade humana, restrita e falha, mas sim no mais alto conhecimento, Naquele que tudo vê, tudo sabe, nEle jamais seremos envergonhados, jamais será vã nossa esperança. Ele nunca falha (salmos 71: 1; Sf 3:5).

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